
Vitória dos homens de Guimarães num «derby» que fazia falta à principal montra do nosso futebol.
Com vinte mil pessoas no D. Afonso Henriques, o Minho voltou a ser centro das emoções da Liga, num duelo intenso que passou muito além do rectângulo de jogo. Nesse espaço, um golo confuso de Geromel confirmou o excelente momento dos locais (chega ao pódio, isolando-se no 3º lugar) e a angústia arsenalista. Nas bancadas, a agitação do costume, para o bem e para o mal.
O Sp. Braga não vence há praticamente um mês, desde a recepção ao E. Amadora (2-1, a 1 de Setembro). Pelo meio, a equipa empatou com o Benfica, perdeu duas vezes com o V. Setúbal, uma delas no adeus à Carlsberg Cup, e regressou da Suécia com desvantagem na eliminatória com o Hammarby (2-1), na Taça UEFA. Um fraco pecúlio e algumas nuvens cinzentas sobre Jorge Costa, que viu a sua equipa encolher-se à chegada a Guimarães.
Manuel Cajuda, que também viu a sua equipa despedir-se da taça da Liga à primeira, vai repetindo o onze sem denotar extrema preocupação pela condição física. Se há cansaço, ele continua a ser bem disfarçado, pois o Vitória de Guimarães entrou de forma pressionante e não abrandou o ritmo até ao intervalo. Domínio tremendo na posse de bola, que redundou em duas bolas nos ferros, após remates de Alan e Geromel, este perto do final da etapa inicial.
A estratégia vimaranense assenta num jogo extremamente lateralizado, onde Flávio Meireles recua constantemente para permitir as subidas de Andrezinho e Luciano Amaral, dois corredores de fundo.
O Sp. Braga, servido em doses de paciência extrema, foi aguentando as investidas, à procura de uma oportunidade para estragar a festa local no «derby» do Minho. Os ingredientes mais entusiasmantes estavam reservados para a etapa complementar.
Em poucos minutos, a temperatura no D. Afonso Henriques atingiu níveis consideráveis. Num extremo do relvado, Nilson negou o golo a Wender (50m) e, quanto os visitantes começavam a soltar-se, o V. Guimarães viu premiado o esforço inicial, num lance confuso e polémico. Na sequência de um canto, Geromel cabeceia ao segundo poste e Andrés Madrid, embrulhado com Flávio Meireles, acaba por desviar já para lá da linha de golo, segundo o árbitro auxiliar. O argentino protestou a dobrar, pela posição da bola e por uma pretensa carga de Meireles, mas a equipa de Olegário Benquença não hesitou, confirmando a vantagem local.
O Sp. Braga, ferido no orgulho, libertou-se finalmente e cresceu ainda mais com a expulsão, justa por sinal, de Fajardo (75m), mas a pressão visitante não passou de um projecto de intenções, que redundaram em nada mais que um remate a tirar tinta do ferro, em tempo de compensação, por intermédio de Zé Manuel. O resultado estava feito, e o vitoria está em 3º!!!